Ser alfabetizado em Matemática é compreender o que se lê
e escreve a respeito das noções de números e operações, espaço e forma,
grandezas e medidas e tratamento da informação.
A escola marca a transição de um contexto exclusivamente
familiar para um outro influenciado pela cultura, com outros códigos e
possibilidades de relação e a Matemática surge como porta de entrada para novas
competências e estratégias próprias do mundo escolar.
Segundo Piaget, o conhecimento lógico-matemático é uma
construção do sujeito e decorre de uma necessidade; ao tentar realizar uma
ação, ou encontrar uma explicação para o que ocorre, o sujeito encontra
resistência na realidade (situação-problema). Para enfrentá-la, precisa
modificar seus conhecimentos anteriores, pois do contrário não poderá resolver
sua dificuldade. Por isso o conhecimento é um processo de criação, e não de
repetição.
Na fase inicial da aprendizagem dos números o professor
deve oportunizar a vivência de jogos, músicas, brincadeiras envolvendo o corpo,
poemas, contação de histórias da literatura infantil, situações que surgem em
classe, tendo como foco de observação a enumeração, as relações estabelecidas
entre os números, a relação entre quantidades e símbolos e as idéias das
operações.
A criança de seis anos está no período pré-operatório e
percebe os fatos através dos sentidos e de manipulações práticas. Porém, o uso
do material só tem significado real na prática pedagógica, e, portanto, é
“concreto” para a criança, quando ele se constitui num instrumento de apoio
para a ação desta criança no processo de produção e reinvenção do saber.
Para as crianças pequenas, os jogos e brincadeiras são as
ações que elas repetem sistematicamente, mas que possuem um sentido funcional,
isto é, são fontes de significados e, portanto, possibilitam compreensão, geram
satisfação, formam hábitos que se estruturam num sistema. Assim, o jogo
torna-se uma estratégia didática quando as situações são planejadas e
orientadas pelo professor visando uma finalidade de aprendizagem, isto é, de
proporcionar à criança algum tipo de conhecimento, alguma relação ou atitude.
A função do professor é oferecer o maior número possível
de possibilidades para a formação da linguagem matemática através do estímulo,
das situações-problemas e da solicitação de argumentos por parte dos alunos.
Estudos da neurociência apontam que crianças adoram
surpresas e o cérebro se interessa pelas alterações no mundo ao nosso redor,
pois tudo que é desconhecido estimula com particular intensidade as redes
neuronais e, por isso mesmo, se deposita muito facilmente na memória, como
informação.
Assim, quanto mais recursos forem empregados na
transmissão de uma informação, tanto melhor ela se fixará na memória de longa
duração. Portanto, é mais fácil aprender com a colaboração do maior número
possível de órgãos dos sentidos. O humor e a emoção também influenciam os
sistemas neuronais que determinam quais informações serão armazenadas.
Texto elaborado pelas assessoras pedagógicas:
Adriana Zini, Marinês Feiten da Silva e Teresinha Manica
Salvador.
Prefeitura Municipal de Caxias do Sul -RS
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